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Mulheres na construção: time de engenheiras da CDHU ajuda famílias de SP a realizarem sonho da casa própria

Neste domingo (23), data em que se comemora o Dia Internacional das Mulheres na Engenharia, a CDHU destaca o trabalho desenvolvido por um time de engenheiras no processo de produção habitacional

23/06/2024
Foto ilustrativa

Créditos: Daniel Vorley

Ao longo de seus quase 75 anos, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) se tornou referência nacional em atendimento habitacional a famílias de menor renda. Para isso, ter profissionais qualificados e comprometidos fez toda a diferença no momento de promover dignidade aos cidadãos paulistas e transformar o sonho da casa própria em realidade. Neste domingo (23), data em que se comemora o Dia Internacional das Mulheres na Engenharia, a CDHU destaca o trabalho de um time de engenheiras de gerenciamento de obra, parte fundamental desta história.

A data foi criada em 2014 para ampliar e fortalecer a atuação feminina na área, que, atualmente, segundo o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), conta com mais de 200 mil profissionais em todo o país. A engenheira Yumi Tsushima Santiago, que dedicou 30 dos 59 anos à área da construção civil, faz parte deste número com a consolidação de toda uma carreira voltada ao atendimento habitacional popular. 

Atual coordenadora geral de contratos da regional de Sorocaba e Campinas, a engenheira iniciou a vida no canteiro de obras logo após fazer um curso de edificações em uma escola estadual. “Para virar engenheira, foi um pulo. Na verdade, é quase que uma sequência natural, porque a gente já vem de uma fase de conhecimento do trabalho”, relata. Depois de se formar como técnica, logo entrou no curso de engenharia e, em 1994, orientada por um amigo, iniciou a carreira na CDHU. “Foram anos e anos. Fui absorvendo as funções de projetos, de planejamento e supervisão, até virar a coordenadora geral de contratos. Então, assim, é bastante história, né?”, disse ainda.

Há 30 anos, a construção civil não era um realidade comum entre as mulheres, mas sim uma exceção da qual Yumi fez parte e, com certeza, hoje deixa legado. Isso porque, embora ainda majoritariamente masculina, a área vem, gradativamente, sendo ocupada por profissionais femininas. Em 2019, de acordo com dados disponibilizados pelo Confea, apenas 12% de mulheres integravam o plenário dos 27 Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (Creas). Já em 2020, este número subiu para 14%. 

A mudança no cenário, ainda que gradual, é comemorada e vista de forma positiva pelas engenheiras, como forma de impulsionar mais mulheres na área, conforme conta a fiscal de obra Juliana de Moraes Vieira Athayde, de 41 anos. “Eu percebi que as mulheres estão ganhando espaço. Eu vivenciei esses meus 18 anos de carreira praticamente em canteiro de obra, então é muito gratificante ser reconhecida e poder levar a história para outras e encorajá-las a fazerem parte da construção civil”, fala. 

Há dois anos na CDHU, Juliana ainda traçou uma linha do tempo, levando outro ponto em consideração na sua trajetória dentro da Companhia. Sendo mulher e mãe, ela lembra que faz parte de todo um processo que garante moradia a muitas mulheres que são as únicas responsáveis financeiras pelos seus lares. 

“Quando nós estamos executando a obra, não sabemos quem será a família contemplada, mas na entrega, quando vemos muitas mães solos com filhos pequenos, é gratificante entregar esse sonho para ela. Muitas vezes é a mulher apenas que sustenta a família, então você entregar uma chave para uma outra mulher, de mulher para mulher, como dizem, é bem emocionante”, conclui. 

De  2017 até o início de 2024, 34,88% das famílias habilitadas para aquisição das moradias eram chefiadas por mulheres. Ou seja, foram 10.626 mães solos beneficiadas pela CDHU no período. O dado mostra a importância e a força que a política pública habitacional desenvolvida pelo Governo de São Paulo tem para o público feminino.  

A colega de profissão Lilia Yasuda Alves de Lima, de 37 anos, também lembrou dos desafios de ser uma engenheira mulher e, concordando com Juliana, reforçou que a emoção é dobrada ao saber que a entrega das chaves é para uma mãe solteira. “Pensar em uma mãe solo que conseguiu chegar onde chegou e saber que ela lutou para ter aquilo é extremamente gratificante, me deixa extremamente feliz”, conta.

Responsável por supervisionar as obras, Lilia está há cinco anos na CDHU. Além da parte técnica, que inclui acompanhar as obras, o processo burocrático e a interlocução com as prefeituras que doam o terreno e as empreiteiras contratadas, ela também destaca que trabalhar com habitação voltada às famílias de menor renda vai além de entregas somente casas. “A gente vai aprendendo ao longo desse percurso todo e acaba desenvolvendo um olhar mais  social, né? Lidamos diretamente com os moradores, então não nos limitamos só no desenvolver da obra”, conta a supervisora, ao destacar que, durante as entregas, é possível ver a importância que o imóvel tem para as famílias. 

No setor, o tripé é formado pelo departamento de obras, de projetos e de planejamento, todos coordenados por Yumi. “Coordeno todas as equipes que compõem esse nicho de trabalho e ainda há os coordenadores setoriais, cada um com a sua atribuição dentro desse espectro”, explicou. 

Na prática, o gerenciamento participa de todo o processo de construção de um empreendimento da Companhia. “Quando uma prefeitura oferta um terreno, a gente entra para fazer uma avaliação. Após aceitação dele pela área de terras, o terreno passa por levantamento topográfico, sondagem de área e aí começa a fase de projetos, que engloba o estudo preliminar, o projeto base, o projeto executivo e projeto de aprovação. Há todas essas interfaces até finalizar o projeto e fazer ele virar uma obra", explica Yumi, que relata também a sequência do trabalho após essa análise em campo para a contratação das obras: "Além disso, ainda tem toda a parte de orçamento, que entra a viabilidade de orçamento, o informe de orçamento, até a licitação. Em seguida, após o ganhador vencer o certame, é iniciada a obra”, explica ainda a coordenadora.

O acompanhamento de toda a obra é parte fundamental para garantir a qualidade dos empreendimentos da CDHU, que já são entregues com todo acabamento. “A Companhia vem desenvolvendo projetos maravilhosos. Você vê que a parte da tecnologia é usada a favor, então, desde a construção de um muro, ela pensa no produto final que está entregando, que é uma casa totalmente acabada. A pessoa não precisa mais colocar um piso, um revestimento, a casa já vem totalmente pronta para morar”, destaca ainda Juliana. 

Além de totalmente acabadas, as unidades habitacionais da CDHU também são entregues averbadas, ou seja, além das chaves, os moradores também recebem o título de propriedade do imóvel, que garante segurança jurídica àquela família. Ao todo, em menos de um ano e meio da atual gestão, mais de 9,5 mil moradias construídas pela CDHU foram entregues à população. Somadas às demais modalidades de atendimento habitacional desenvolvidas pelo Estado, já são mais de 28 mil famílias contempladas com a casa própria desde 2023.

“É muito legal quando a gente entrega as unidades habitacionais, com toda a estrutura, porque a CDHU tem muita preocupação também com o lado ambiental e sustentável, com a qualidade da obra. Então, quando a gente entrega este empreendimento para o morador, é muito gratificante participar de todo este processo”, destaca ainda a coordenadora Yumi Santiago que, mesmo depois de 30 anos na Companhia, ainda se emociona ao falar das entregas. “Uma coisa que me marcou muito foi quando uma senhorinha veio e falou ‘nossa, muito obrigada, agora tenho a minha casa’. É muito legal quando isso acontece”, relata. 

Juntas, as três engenheiras se somam a todo time da CDHU responsável por levar habitação de qualidade a diversas famílias paulistas. Além disso, suas histórias, são inspiração para incentivar mais mulheres na área. “Eu vivenciei 18 anos praticamente em canteiro de obra, então é muito gratificante ser reconhecida e poder levar a história para as outras mulheres e encorajá-las a fazerem parte dessa linda obra que é a construção civil”, finaliza Juliana.

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