O Programa Casa Paulista entregou, nesta quinta-feira (02/10), 38 apartamentos em Amparo e inaugurou um condomínio do Programa Vida Longa, voltado a idosos em situação de vulnerabilidade social, em Socorro, na Região Administrativa de Campinas. Os empreendimentos foram viabilizados pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), com investimento total de R$ 9,9 milhões.
Durante as cerimônias, o assessor de Relações Institucionais da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SDUH), Rômulo Rippa, destacou números da SDUH e da Companhia que demonstram que, desde o início de 2023, o Governo de São Paulo provisionou um número recorde de unidades habitacionais em todo o Estado. "Já são quase 68 mil unidades habitacionais entregues nesses últimos dois anos e nove meses por todos os diferentes programas habitacionais do Estado, sendo que a média de entrega a cada quatro anos era de 30 mil. Temos, ainda, 117 mil em produção e estamos licitando outras 40 mil", disse.
Rippa reiterou, ainda, o caráter protetivo e acolhedor do Vida Longa, programa da CDHU que promove verdadeiros recomeços para os idosos atendidos e que entregou, hoje, 14 novas moradias em Socorro. "Estamos, no caso do Vida Longa, falando de algo que vai além do atendimento habitacional. A política pública tem que prover dignidade. Sabemos que, muitas vezes, o idoso chega nessa idade com a perspectiva de que não vai mais realizar esse sonho de deixar de pagar aluguel, de não mais morar de favor e de ter um teto para chamar de seu. É dessa dignidade que estamos falando e vivenciando aqui hoje", concluiu.
Uma das idosas que teve sua vida transformada foi a aposentada Cecília Machado Amado, de 80 anos. Ela contou que, após o falecimento do marido, ela vê a nova moradia como uma oportunidade de recomeçar com mais leveza e segurança, apesar da saudade que ainda sente do companheiro de uma vida toda. "Acho que vai mudar tudo para melhor! Vai melhorar a minha depressão e o meu sofrimento, pois ainda estou na casa que meu marido morreu. Depois de mais velha, é um bom recomeço", falou. A idosa destacou, ainda, a expectativa do cuidado e da boa convivência, pontos que já experimentou desde os primeiros momentos em que chegou ao residencial. "Já estou sentindo a paz desse lugar e a boa energia. A casa é linda, moderna e tem a segurança que eu precisava tanto. Tenho uma casa novamente e um lugar para dormir sossegada. Hoje é um dia feliz e sempre será, se Deus quiser", finalizou.
José Elias dos Santos, de 74 anos, também está de mudança para o condomínio e contou que nunca teve uma casa própria e que, por isso, ficou muito satisfeito com a oportunidade. " É uma alegria vir para cá. Gostei do lugar! Eu costumo pegar recicláveis na rua e agora vai ficar melhor, porque não vou usar meu dinheiro pagar aluguel", disse.
O Vida Longa é destinado a idosos com renda de até dois salários mínimos, que vivem preferencialmente sozinhos, sem vínculo familiar e em situação de vulnerabilidade social. O programa integra a política habitacional do Estado, com caráter protetivo, em ação conjunta da SDUH, da CDHU e da Secretaria de Desenvolvimento Social, em parceria com os municípios. Cada unidade entregue em Socorro conta com cozinha, sala e dormitório conjugados, banheiro, lavanderia e área útil de 40 m². O investimento na obra foi de R$ 2,9 milhões.
As moradias seguem parâmetros de acessibilidade do Desenho Universal, com projeto arquitetônico adaptável para pessoas com dificuldade de locomoção, temporária ou permanente. As áreas comuns e internas contam com itens de segurança e acessibilidade para garantir conforto e autonomia aos moradores.
Para estimular a socialização dos moradores, o residencial tem espaços de convivência e lazer, com salão com refeitório e local para assistir televisão, área externa com churrasqueira e forno à lenha, aparelhos para atividade física, bancos de jardim, horta elevada e paisagismo.
Cabe às prefeituras indicar os beneficiários, doar os terrenos e assumir a gestão e manutenção dos empreendimentos. O investimento é a fundo perdido: os moradores não pagam taxa de ocupação, contas de água ou luz, e não têm a propriedade dos imóveis, por se tratar de um equipamento público.
Novas moradias para Amparo
O dia foi marcado por mais entregas e emoções. Em Amparo, a CDHU investiu R$ 7 milhões na obra do Conjunto Habitacional Olga Nania Piffer. Os 38 apartamentos entregues têm dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro, lavanderia e áreas privativas entre 44,74 m² e 58,67 m². O condomínio conta também com quadra poliesportiva, centro de apoio condominial e sistema de geração de energia fotovoltaica para as áreas comuns.
O empreendimento foi viabilizado em parceria com a prefeitura, que doou o terreno, enquanto a CDHU executou a construção e toda a infraestrutura urbana — redes de água, esgoto, drenagem, pavimentação, iluminação pública e rede elétrica.
O artesão Silvino Vieira Silva, de 43 anos, e sua esposa Aline Fernanda Bevilacqua Vieira, de 36, são pais da pequena Tabita, de 10 anos. Juntos, receberam, no início da tarde, a tão sonhada chave da casa própria, após mais de nove anos pagando aluguel. "É uma emoção muito intensa, né? Porque foram muitos anos pagando aluguel, então adquirir esse imóvel traz um grande impacto em nossa vida. Agora, vamos ter o privilégio de morar no que é nosso, o que é o mais importante", afirmou Silvino. O artesão avaliou, ainda, que o financiamento facilitado da CDHU tornou o sonho ainda mais possível, com parcelas que cabem no orçamento da família, com uma economia de cerca de R$ 400 reais. "Nossa parcela ficou bem abaixo do valor do aluguel. O valor é muito bom, ainda mais sabendo que estamos pagando o que é nosso e vamos poder investir nos estudos da nossa filha e guardar dinheiro", finalizou.
A aposentada Sueli Martins dos Santos, de 69 anos, também recebeu a chave de seu apartamento e falou sobre a segurança que já está sentindo com a nova moradia. "Foi uma espera longa. Paguei aluguel por muitos anos. Nossa vida vai mudar, porque não vamos mais precisar pagar isso, ter receio de acabar o contrato e ter de mudar. A última mudança é aqui! Meu maior sonho de vida era ter uma casa, e ele foi realizado", concluiu, emocionada.
As famílias contempladas foram selecionadas por meio de sorteio eletrônico em julho de 2020. O financiamento segue as diretrizes da nova Política Habitacional do Estado de São Paulo, com juro zero para famílias com renda mensal de até cinco salários mínimos. As prestações são calculadas conforme a renda familiar, com duas possibilidades: comprometimento de 20% dos rendimentos com parcelas corrigidas apenas pela inflação (calculada pelo IPCA); ou comprometimento de 30% da renda familiar com parcelas fixas, sem qualquer tipo de reajuste durante todo o prazo do financiamento. A menor parcela é de R$ 303,60.