SDUH promove Segundo Encontro sobre Políticas de Desenvolvimento Urbano

Evento da Subsecretaria de Desenvolvimento Urbano trouxe informações sobre a experiência da arborização na região metropolitana de Bruxelas, na Bélgica, e estabeleceu ligações com o Bairro Paulista - Cidades Sustentáveis

18/06/2025
Foto ilustrativa

A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SDUH) realizou, por meio da Subsecretaria de Desenvolvimento Urbano, o Segundo Encontro sobre Políticas de Desenvolvimento Urbano na manhã desta quarta-feira (18). O evento trouxe como palestrante o arquiteto paisagista Kobe Vanhaeren para falar sobre experiências de arborização na Bélgica e contou com a presença do subsecretário de Desenvolvimento Urbano, José Police Neto, do assessor de planejamento da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Eduardo Trani, da assessora da Subsecretaria de Desenvolvimento Urbano, Elsa Machado Maglio, além de técnicos da SDUH e da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). 

Na ocasião, José Police Neto destacou que a Subsecretaria tem trabalhado na implementação de áreas verdes em cidades do Estado, por meio do Bairro Paulista - Cidades Sustentáveis, para promover mais bem-estar e qualidade de vida. “Não temos dúvida de que o Caderno de Tipologias Modulares vai organizar, não somente os 645 municípios do nosso Estado, mas acabar facilitando a aplicação de soluções baseadas na natureza em um ambiente macro. Trabalhamos para que a gente consiga fazer a conexão de todas essas áreas verdes, que elas tenham essa capacidade de troca tão necessária para sobreviver e que nossas trocas com elas tenham muita energia”, disse o subsecretário. 

Esse é o segundo encontro realizado pela SDUH para dialogar sobre políticas de desenvolvimento urbano. A pasta, desde o início de 2023, incorporou em seu escopo, para além da habitação, ações voltadas ao reordenamento das áreas urbanas, focando na qualidade de vida e no bem-estar da população. 

A assessora da Subsecretaria de Desenvolvimento Urbano, Elsa Machado Maglio, explicou aos presentes qual o principal objetivo desses encontros. “Nosso objetivo é trazer experiências bem-sucedidas de políticas de desenvolvimento urbano que, com certeza, enriquecem e subsidiam os projetos em desenvolvimento e que ainda serão desenvolvidos pela SDUH”, falou Elsa, que também agradeceu a presença dos convidados e participantes. 

Já Eduardo Trani agradeceu aos times da SDUH e da CDHU, responsáveis por implementar os projetos voltados ao desenvolvimento urbano do Governo de São Paulo. “Agradeço à nossa equipe que coloca os projetos na rua com soluções baseadas na natureza. Hoje, temos um time de arquitetos fortalecidos para fazer isso, o que é muito importante para que a gente aprenda com esses colegas e entregue, cada vez mais, melhores projetos”. 

Durante a palestra, o arquiteto paisagista Kobe Vanhaeren abordou a experiência de arborização na região metropolitana de Bruxelas, capital da Bélgica, realizada a partir de um pedido do governo local, com foco também na desmineralização e na desconcretização do solo. “As árvores são os sistemas mais eficazes para transformar tudo dentro de uma área urbana. Onde não há sombra, no caso de Bruxelas, temos temperaturas acima de 35 graus, com as diferenças significativas na questão da umidade também. Nosso projeto de arborização, então, olhou para duas frentes que é plantar a árvore e focar no espaço que essa árvore tem e também no solo, em tudo o que está debaixo dos nossos pés”, explicou. 

Kobe Vanhaeren destacou, ainda, que a iniciativa na capital da Bélgica trabalhou em um processo estratégico de regeneração de ecossistemas urbanos, com três tipos de projetos: grandes, pequenos e micro. Além disso, apresentou soluções que facilitam a infiltração de água, o aumento da irrigação da vegetação, habitats mais qualitativos e criou espaços públicos de melhor qualidade, com a restauração e recuperação de áreas urbanas.

O arquiteto paisagista, por fim, estabeleceu um paralelo entre esse projeto desenvolvido em Bruxelas e o Bairro Paulista - Cidades Sustentáveis, da SDUH, apresentando semelhanças e diferenças a partir das singularidades dos espaços. “Vocês têm esse caderno de tipologias, que é essencial. Fizemos igual. Nós tínhamos uma coisa muito parecida em Bruxelas, um atlas, com muitas cartas e mapas, que vai mostrando as análises e quais os impactos de mobilidade. Tínhamos também um Plano de Investimento Plurianual, que traz com que dinheiro vamos fazer o que, onde estão as prioridades e quais as nossas visões e onde queremos investir primeiro, o que se assemelha à segunda parte do caderno de vocês”, explicou.

Cláudio Maretti, geógrafo, pesquisador e consultor, comentou que o foco nos pequenos projetos, ponto comum entre a iniciativa da SDUH e a de Bruxelas, é fundamental para, além das melhorias significativas no meio ambiente, alcançar a comunidade. “Os pequenos projetos orientam o cidadão, mas também engajam as pessoas e a coletividade, com as comunidades locais, técnica e aprovação governamental. Não fica assim somente baseado em grandes projetos. Podemos, então, trazer a questão de uma grande iniciativa construída a partir de uma série de pequenas ações”, ponderou.

Bairro Paulista - Cidades Sustentáveis
O BP - Cidades Sustentáveis é uma iniciativa da SDUH para projetos de intervenção urbana em parceria com os municípios paulistas. O Estado de São Paulo fornece um caderno técnico de tipologias modulares, para que os municípios possam atender as necessidades locais, alinhados aos mais modernos conceitos praticados em todo o mundo, como a construção de equipamentos sustentáveis a partir de Soluções Baseadas na Natureza (SbN), com foco na atenção à segurança viária, no o estímulo à mobilidade ativa, entre outras iniciativas. 

A Subsecretaria de Desenvolvimento Urbano produz os projetos e faz a transferência de recursos para obras. O Bairro Paulista, conta, ainda, com a participação popular e das equipes municipais, promovendo a integração social e trazendo aos cidadãos infraestrutura sustentável, com soluções simples e de rápida implementação. As intervenções são realizadas em oito diferentes eixos: manejo de águas pluviais, pavimentação, mobilidade, manejo de sistemas hídricos, áreas verdes multifuncionais, equipamentos, iluminação e sinalização.

O eixo de Áreas Verdes Multifuncionais é dividido em três tipologias: parque linear, praça e vegetação urbana, incluindo as aplicações de arborização e hortas e pomar urbanos e de viveiro de mudas, com a diversificação de espécies que atendam às diferenças regionais