A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) realizou na manhã deste sábado (30/11) o sorteio de 50 moradias para famílias residentes no município de Canas, no Vale do Paraíba, que agora poderão sair do aluguel e realizar o sonho da casa própria. O evento reuniu centenas de munícipes na quadra poliesportiva da cidade e contou com a presença do subsecretário de Desenvolvimento Urbano, José Police Neto, que enfatizou a importância do lar para o desenvolvimento e a segurança familiar.
“Hoje é um dia de alegria, pois 50 famílias vão sair daqui com o destino esperado. Eu visitei as obras que estão sendo construídas, foram mais de R$ 7 milhões investidos pelo Governo do Estado para trazer dignidade. Deixar de pagar aluguel e passar a depositar aquele dinheiro suado de todos os meses em algo que vai ser seu patrimônio faz muita diferença. A gente deixa para os nossos filhos um pedacinho do nosso esforço. Quando o nosso suor se materializa nas paredes da nossa casa, traz segurança para a família”, pontuou.
Além disso, ele também detalhou que a meta da atual gestão de entregar 200 mil moradias, das quais 41 mil já foram entregues e mais de 100 mil estão em produção, e explicou que o trabalho dos agentes públicos tem sido realizado com o foco em atender todos os municípios do Estado. “Nenhum município dos 645 pode ficar para trás, por menor que ele seja. Nós temos que ficar atentos e trabalharmos por todos eles. É isso que nos motiva e orienta o nosso trabalho”, finalizou.
Estiveram aptas para concorrer a uma das unidades habitacionais 778 famílias que se inscreveram no programa habitacional estadual entre os dias 22 e 31 de julho último. A distribuição das casas seguiu critérios específicos, com quatro unidades reservadas para famílias com pessoas com deficiência, três para idosos, duas para policiais e agentes penitenciários, uma para pessoas sozinhas. As demais foram distribuídas para a população em geral, sendo 27 unidades para famílias com renda de 1 a 3 salários mínimos, dez para rendas de 3,01 a 5 salários, e três para rendas de 5,01 até 10 salários.
O caminhoneiro Anderson Alves Dotti, de 41 anos, foi o primeiro a ser sorteado. Emocionado, ele relatou que a casa própria é o ponto que falta para aumentar a família. “Eu estou sentindo uma emoção tremenda, quase não estou acreditando e ainda fui o primeiro. Caiu do céu porque eu e minha esposa moramos com a minha mãe e agora teremos um lar para dar continuidade na família e, daqui para frente, prosperar”, disse ele ao complementar que, com a possibilidade de ter a casa, o casal foge do aluguel e paga por algo que é deles. “Então, agora é cuidar e agradecer”, finalizou.
Quem também compartilha da alegria de ser sorteado é o padeiro Cláudio Bruno Cunha, de 53 anos, que logo após ser chamado, montou em sua bicicleta para ir em direção à residência cedida onde mora com a esposa Eva e com o filho José. “Estou muito feliz. A gente está passando por um momento muito difícil. Minha esposa tem problema de saúde e eu tenho um filho com autismo. A gente mora de favor, veio em boa hora porque agora nós estaremos amparados”, comemorou ele com os olhos cheio de lágrimas.
O casal Jessica de Andrade Vicente e Israel Henrique Tobias, de 31 e 30 anos, também foram sorteados e vibraram por terem a possiblidade de realizar o sonho da casa própria tão perto. “O coração está a mil porque faz tempo que a gente corre atrás desse sonho. Tínhamos a esperança de sermos sorteados para proporcionar bem-estar para nossos filhos”, explicou. Juntos há 16 anos, a vendedora e o serralheiro, que são pais dos adolescentes Jamile, de 12 anos, e Pablo, de 13, com a nova casa, finalmente deixam de pagar aluguel. “Estou muito feliz em saber que a gente vai sair do aluguel para estar no nosso lar”, celebrou ambos se abraçando.
Agora, as famílias sorteadas passarão pelo processo de habilitação que verificará o cumprimento dos requisitos previstos no edital de inscrição. Em caso de desclassificação, um suplente será convocado, seguindo a ordem do sorteio. Esse processo assegura que o benefício seja destinado a quem realmente necessita.
A CDHU está investindo R$ 7,6 milhões na obra, viabilizada em parceria com a prefeitura, que doou o terreno. O empreendimento está sendo edificado na Avenida Luiz Marton, s/nº, bairro Santa Terezinha, com unidades de 47 m², incluindo dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro e lavanderia. As casas terão piso cerâmico, azulejo no banheiro, na cozinha e na área de serviço, laje, cobertura em estrutura metálica e sistema de energia solar fotovoltaico.
O financiamento dos imóveis da CDHU segue as diretrizes da Política Habitacional do Estado de São Paulo, que estabelecem juros zero para famílias com renda mensal de até cinco salários mínimos. Assim, pagarão praticamente o mesmo valor ao longo de 30 anos, já que o contrato sofrerá apenas a correção monetária calculada pelo IPCA - índice oficial do IBGE. O valor das parcelas é calculado levando-se em conta a renda das famílias e podem comprometer, no máximo, em até 20% dos rendimentos mensais com as prestações.